sexta-feira, 23 de dezembro de 2011
Melhores Álbuns Internacionais 2: 1º-2º
No pós-Los Hermanos, Marcelo Camelo tornou-se rapidamente a melhor coisinha que a música brasileira tem para nos oferecer nos dias que correm. E graças a uma combinação irrepetível de um apuro pop filho da mãe com uma estruturação das canções que nada tem de clássica. O extraordinário é que, em vez de dinamitar o processo e passar-se em absoluto para o lado da experimentação, Camelo continua a jogar dentro do tabuleiro da pop. Simplesmente, descobriu-lhe casas que não sabíamos poderem ser ocupadas.
PJ Harvey olhou para trás, não para o seu passado pessoal mas para o do seu país, para a relação histórica e física de um povo com as marcas da guerra, e inventou um disco que a devolve para a primeira linha da criação pop/rock. Desta vez, no entanto, a visceralidade que tantas vezes empurrou para cima da guitarra foi substituída por uma contenção mais aguçada ainda, uma faca espetada que dói mais porque não rasga logo a pele, antes a vai macerando até conseguir entrar. Let England Shake é um disco que abala como só a melhor folk consegue. Isto está ao nível das canções sanguinolentas dos apalaches ou da folk revolucionária de Woody Guthrie. Tal como tantas situações de guerra, Polly Jean lançou o seu projéctil musical e queimou tudo à volta. Ao pé deste disco (do ano), qualquer outro sai chamuscado.
2º - Marcelo Camelo - Toque Dela
1º - PJ Harvey - Let England Shake
GF
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