terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Melhores álbuns nacionais: 11º- 20º, parte 2


Resquícios de electrónica apanhados de um lixo dos anos 90, três baterias vergastadas com fúria, umas minudências de hardcore para dar mais corpo ao baile e umas vozes que urram só para dizer que aqui ninguém fica de boca fechada. Assim são os PAUS de É Uma Água, boa surpresa desta gente que gravita em torno da liderança carismática e musculada de Joaquim Albergaria, ex-Vicious 5.

Liderança é coisa que faz pouco sentido nos Orelha Negra. Sam the Kid e Cruzfader empregados como operários de maquinaria, Francisco Rebelo e João Gomes (dos Cool Hipnoise) altos responsáveis pelo groove e Fred a carregar tudo às costas na bateria. Com os Orelha Negra, é tudo uma questão de soar como se fossem a banda residente da Stax nos dias que correm, ao mesmo tempo que há samples de música ligeira portuguesa para lembrar que nem tudo nasceu do outro lado do Atlântico.

A abrir caminho para os dez mais, o belíssimo disco de Tiago Guillul, o homem mais inspirado da comitiva FlorCaveira, e aquele cuja música carrega uma verdade que nos rouba o fôlego. Se é este o nosso pastor, nós vamos certamente atrás, seguindo o trilho deste punk mal amanhado que pisca o olho a África, que não deixa de ser orgulhosamente precário mesmo quando embarca no terreno das grandes canções. Guillul pode não ser o menino bonito da sua própria criação, mas é aquele que mais merece atenção sem freios. Uma nova descoberta a cada disco.

20º - É Uma Água - PAUS
19º - Deve Haver - Nuno Prata
18º - Lights & Darks - Rita Redshoes
17º - Tigrala - Tigrala
16º - Guia - António Zambujo
15º - Porta do Coração - Ricardo Ribeiro
14º - Orelha Negra - Orelha Negra


13º - Do Amor e dos Dias - Camané
12º - Labirintos - Carlos Barretto Lokomotiv
11º - V - Tiago Guillul


GF

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