quinta-feira, 31 de março de 2011

Não Estava Lá, Não Estava Lá


Reading Festival 1992

Aproveitando os efeitos retroactivos do passe inter-temporal desta secção, gostaria de ir até ao Festival de Reading de 1992.

Nessa altura Portugal vivia o deslumbramento da era dos megaconcertos (como o dos Guns N’ Roses, ocorrido então), e do crescimento paralelo de concertos de menor porte nas cidades de Lisboa e Porto (1992 traria também a Portugal nomes em ascensão como Nick Cave ou os James). Mas o país estava longe do circuito dos festivais de Verão que floresciam pela Europa do centro e norte. Tinha eu já vontade de aderir a estas coisas um poucos mais mirabolantes, mas não a autonomia e a carteira para voos ao epicentro da música que era, naquele prolongado fim-de-semana, o Festival de Reading. Restava-me o consolo sedentáro de acompanhar estas incidências via MTV, quando esta estação ainda passava música.

O que perdi foi ver a PJ Harvey fase "Dry", dos tempos do casaco de cabedal e das botas Dr Martens, no seu power trio - de que se desprenderia ano e meio mais tarde de forma conflituosa; os Charlatans na ressaca fresca do movimento Madchester; os Smashing Pumpkins guedelhudos da fase "Gish", debaixo de uma nuvem pesada dos Black Sabbath; os Manic Street Preachers da fase "Generation Terrorists", quando Richey Edwards ainda fazia parte daqueles dias de guerrilha; os Ride a glorificar num grande palco o shoegazing; os Farm em alta a relembrar que havia mais Liverpool para lá dos Beatles; os Public Enemy a trazer o poder da rua dos subúrbios nova-iorquinos; ou os Nirvana na actuação europeia mais mediatizada de sempre, quando 'Smells Like Teen Spirit' era já um hino estabelecido.











GP

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