terça-feira, 5 de abril de 2011

Maximum City - Bombay Lost and Found (2004)


Quinzena temática - Produtos da Índia em destaque

Para todos aqueles que se deliciaram com o Tigre Branco, de Aravind Adiga, fiquem sabendo que aquilo que Adiga faz em ficção já estava (quase) tudo aqui, no magnífico livro de Suketu Mehta, que relata a sua própria experiência. Nada de fantasia por estes lados, apenas um grande, grande livro escrito por um jornalista indiano no regresso a uma casa que deixara de reconhecer como sua.

A base é relativamente simples: Mehta saiu ainda novo de Mumbai para estudar e começar a exercer a sua profissão de jornalista. Foi parar a Nova Iorque. Casou-se. Teve dois filhos. E depois começou a perceber que a discriminação que a sua prole sofria na pele (e também devido a ela, mas também ao cheiro dos farnéis que levava de casa) era demasiado injusta para que os miúdos não merecessem crescer entre iguais. Dá-se então o regresso a uma cidade que Suketu deixara de conhecer. E muito do que se passa no volumoso tomo de Maximum City tem que ver com essa redescoberta dura da cidade-natal, a aprendizagem de códigos e regras que Mehta ignorava e o choque violento entre a imagem imaculada de Mumbai no passado com uma metrópole explosiva e cheia de camadas subterrâneas.


Não há palavras que lhe façam justiça. A capa dá a ideia de ser um livro de viagens mole, chatinho, mas depois de cinco páginas é impossível largá-lo. O meu foi comprado em Varanasi, a três passos do Ganges, e foi companhia de longas viagens de comboio. A propósito, acho que vou voltar a pegar-lhe...

GF

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