quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Melhores concertos: 3º e 4º


Há quem ache que um concerto só pode fazer estremecer cada órgão aqui dentro do corpinho, a dois segundos da apoplexia, se: estiver num ambiente absolutamente intimista, partilhado com uma audiência em que se consegue olhar o resto da malta nos olhos e perceber que sim, oh maravilha, isto está a ser tão gloriosamente bom para ti como para mim?; ou então, se puder ser partilhado entre milhares, estilo missa campal, a reforçar a certeza de que tanta gente não pode estar ali toda enganada. Pois, mas dá para os dois lados, verdade?

No último Alive, a passgem dos Faith No More pelo palco tornou a circulação quase impossível. Esticar o braço era uma acção desafiadora por si só. Em jeito recordação, versão reduzida do texto publicado no site do Sol:
O alinhamento fez-se dos muitos momentos inspirados da misturada americana de que se faz a música dos Faith No More, em que cabem tanto John Barry como os Commodores, sempre pautada por uma imprevisibilidade que faz dos seus concertos experiências irrepetíveis. Se já no Sudoeste, há um ano, ‘Evidence’ tinha sido integralmente cantado em português, desta vez deu também para citar Vangelis ou para Patton dedicar o tema final, ‘Caralho Voador’, «ao mais grande cara**o português, que se chama Cristiano Ronaldo – que palhaço!». De resto, foi a habitual dose de rock paredes-meias com a loucura em estado puro que sempre os caracterizou. E que, por isso, fizeram deste mais um concerto a guardar num recanto qualquer do cérebro que o neuropatologista Alois Alzheimer nunca conseguisse encontrar.

Depois, houve algures no final do ano, o festival Ébano e Martim, que é como quem diz dar o palco ao piano na loja da Trem Azul. O concerto de Bernardo Sassetti, para uma sala cheia, foi uma das actuações mais sublimes deste ano. Piano solo, sem artimanhas algumas, apenas o génio do mais brilhante músico português a discorrer ali, ao alcance de um braço, e num momento em que, vinho tinto na mão, sentados ou encostados às paredes ou ao balcão da loja, cada nota soou irrepetível como sempre deve acontecer num concerto. E poucas terão sido tão magnificamente irrepetíveis como aquelas que por ali ficaram à solta numa qualquer noite de final de ano.

4º- Faith No More, Optimus Alive!


3º - Bernardo Sassetti, Trem Azul Jazz Store


GF

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