sexta-feira, 6 de maio de 2011

Deixem-se estar, por favor


Bono, sempre no papel de melómano benemérito, focou desta vez a omnipotência do seu megafone no desejo da publicação de novas canções pelos Pixies. O simpático pedido sensibilizou, pelo menos, o guitarista Joey Santiago que fala com entusiasmo da hipótese e na concretização da mesma.

Os Pixies, tal como os Violent Femmes há tempos, têm-se conformado com o papel de empresa ao vivo de emoções nostálgicas, uma espécie de actividade intermitente mas muito bem remunerada. Tem sido penoso vê-los: inchados, de ar careta, mesmo que bonacheirões. Os concertos, que quase sempre correm bem, são o público que os faz, perante uns Pixies mais mumificados do que aqueles que, com cabelo, em tempos idos fizeram história.

Seis anos de trabalho consecutivo (entre 1986 e 1992) e de alguma conflituosidade geraram uma discografia de respeito e imaculada, terminada em boa hora, numa antecipação distante à decadência. Deram-nos uma ilusão de sobre-humanos. Sabemos que não o são e o trabalho subsequente foi-nos provando que também eles têm as suas falhas. Mas não manchem o que está ainda dourado.



GP

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